Profecias Apocalípticas (2012) - por Wagner Borges
Escrevi
este texto logo após ter sido, mais uma vez, abordado por alguém portando
mensagens que falavam de possíveis catástrofes e eventos apocalípticos
preconizados por seres extraterrestres para o futuro da humanidade. Ao longo dos
anos, isso me aconteceu muitas vezes: alguém cobrando os motivos de eu não
abordar temas como astro-chupão, apocalipse, ou a separação dos escolhidos por
parte de algum poder superior. O motivo é simples: estou procurando viver o aqui
e agora, para aprender o que tenho que aprender. Não sou juiz da nova era para
saber quem tem nível espiritual ou não. Mal dou conta de trabalhar a mim mesmo,
tentando crescer.
Não tenho
a mínima idéia do que irá acontecer amanhã. Só sei que não é possível eu morrer
(ou ninguém), pois tenho certeza de que sou consciência imperecível. Se amanhã
rolar algo catastrófico, de qualquer maneira, vou me sair muito bem disso: vivo,
com ou sem corpo. Se eu ficar encarnado, continuarei tentando crescer; se eu
“descascar”* e passar para o “lado de lá”, também continuarei tentando
crescer... Aliás, como eterno aprendiz da vida, que outra coisa eu poderia
fazer, a não ser procurar crescer?
Tenho
observado ao longo dos anos de prática espiritual e contato com público grande,
que a maioria do pessoal que fala muito de catástrofes nunca acha que acontecerá
algo com eles, os escolhidos e virtuosos, só com os outros, “os infiéis”
(segundo suas ridículas escalas de ego de quem são os escolhidos da nova
era).
Também
tenho observado, nesse pessoal, um grande medo da morte, naturalmente bem
disfarçado dentro de seus parâmetros egoístas. Se eles sabem que não morrem e
que a consciência é imperecível, por que é que falam tanto de possíveis
catástrofes e do risco de morte? O motivo é simples: eles não têm certeza de
nada, estão apenas cheios de crenças nisso ou naquilo, sempre prescindindo do
mais elementar bom senso para avaliar as coisas.
Se o mundo
for acabar amanhã, ainda tenho o dia de hoje para tentar
crescer!
Morrer,
seja de ataque cardíaco, acidente, ou de apocalipse, nem
pensar!
Não dá
para morrer, de jeito nenhum; só dá para “descascar” (desencarnar) mais uma vez
e seguir além, para a vida em outros planos, como já fizemos tantas outras vezes
no passado.
Parte
desse pessoal apocalíptico não irá morrer amanhã; eles morrerão antes, de
medo!
Repito:
não tenho a mínima idéia do que rolará amanhã. Tudo é possível, desde um dia
normal, até mesmo um maremoto ou guerra (fatos comuns ao longo da história da
humanidade). Os extraterrestres irão descer ou não? Sei lá! Só sei que eles e
nós, e tudo mais que exista no universo somos partícula de luz do mesmo TODO que
está em tudo!
Não
pretendo ser salvo de nada, só de minha própria ignorância. E isso é comigo
mesmo; nada tem a ver com seres de outros lugares do universo. É questão íntima
e faz parte do meu aprendizado. Com a presença de seres de fora ou daqui mesmo,
preciso crescer e aprender muito... Dentro ou fora do corpo, aqui ou
além...
Que o
homem está destruindo o meio-ambiente e detonando a natureza, isso é fato! Que
surgirão conseqüências disso, é óbvio! Que, se não dermos logo um jeito de
consertar isso, a atmosfera, o clima, a água e o verde ficarão irreversivelmente
contaminados por nossa insanidade coletiva.
Tudo isso
já é preocupante, nesse nível onde estamos vivendo, nessa casa planetária, que é
um ser vivo igualzinho a nós mesmos. Precisamos despertar a consciência, para
olharmos com “outros olhos” e renovarmos nossas escolhas, nossos atos e nossa
responsabilidade com o planeta que nos abriga no momento.
No
entanto, isso não tem nada a ver com os devaneios de quem, no fundo, tem medo de
morrer e fica profetizando o pior. Tal postura é herança psíquica do
obscurantismo dos fundamentalistas de épocas passadas, que falavam as mesmas
coisas, só que de outros jeitos, mas sempre ameaçando, julgando e escolhendo os
eleitos de algum lance apocalíptico. Será que são os mesmos, que ficam
reencarnando e repetindo o padrão antigo de não ver o aqui e agora e, como fuga
da realidade, projetam o olhar numa visão futura mais amena do que o vazio
consciencial de suas vidas no presente?
E, alguns,
que supostamente viram o apocalipse futuro, não estariam, na verdade, apenas
vendo catástrofes anteriores, passadas por eles mesmos, em outras vidas? Ou
seja, o que era retrocognição**, foi interpretado como
pré-cognição?
Bom,
independentemente de qualquer coisa, ninguém morre mesmo!
Ainda bem
que não sou dono da verdade de ninguém. Não sendo mestre, nem de mim mesmo, como
poderia orientar os outros sobre temas desse porte?
Então,
deixo isso a cargo de quem se julga escolhido da nova era, sábio, guru, mestre,
emissário da nave tal, ou enviado virtuoso de algum poder
superior...
Esse é o
motivo pelo qual não gosto de falar dessa temática em
particular.
Estou de
“olhar” novo no aqui e agora, louco para aprender o que tenho que aprender. Quem
sabe do meu amanhã é O Grande Arquiteto Do Universo, senhor de todos os tempos.
Só sei que, dentro ou fora do corpo, serei sempre eu mesmo, um espírito imortal,
uma consciência imperecível.
A grande
catástrofe não virá de fora. Ela já está dentro, como semente cinzenta, nos
corações dos que não vêem o brilho real além das aparências. Ela é esse medo
infeliz da morte, mesmo com a pessoa sabendo que não morre! Ela é esse olhar
radical dos escolhidos new age, separando o joio do trigo místico que
inventaram. Ela é a “viajada na maionese psíquica” de se achar acima da
humanidade normal. Ela é a fuga da realidade e a covardia de não tentar ser
feliz, aqui e agora! Ela é a inércia milenar de sempre esperar a salvação vinda
de fora de si mesma, seja por parte de um mestre ou de um extraterrestre
qualquer. Ela é a “masturbação psíquica” de não saber transar com a vida
presente. Ela é o que faz as pessoas olharem somente para
fora.
A grande
catástrofe é não conhecer a si mesmo!
O grande
maremoto é o das emoções pesadas, que acalentamos em nossos corações e que
destroçam as praias de nosso equilíbrio vital.
O grande
asteróide-chupão é aquele medo danadinho, que “CHUPA” todo bom senso de dentro
do céu de nós mesmos.
O grande
terremoto está em nossas mentes; são os pensamentos negativos que fazem as
placas tectônicas da nossa auto-estima se chocarem, causando a destruição de
nosso discernimento.
Sem amor e
discernimento na consciência, tudo parecerá catástrofe, dentro ou fora do corpo,
na Terra e além...
Talvez por
isso, do centro de sua sabedoria serena, Buda tenha ensinado o seguinte: “Abaixo
da iluminação, só há dor!”
Sim, ele
estava certo. Sem a iluminação interior, o resto é o olhar cheio de trevas para
a vida, seja o passado, o agora, ou o amanhã.
Oxalá,
todos nós despertemos coletivamente nessa luz do entendimento e da paz; para
consertarmos as coisas e devolvermos o equilíbrio à nossa Mãe Terra, que merece
todo nosso respeito, admiração e agradecimento.
Que me
perdoem os apocalípticos de plantão, mas sou mais pela sabedoria da
vida.
Sou um
espírito e sei disso! E não há nada que possa mudar isso.
Que o
futuro venha, como deve ser!
Que as
culpas do passado sejam esquecidas e perdoadas; que fique só o aprendizado, para
não haver repetição.
E que o
presente seja o que ele é: um presente.
Na carne
ou fora dela, na Terra ou além, sejamos felizes, aqui e agora, como deve
ser!
Paz e
Luz.
- Wagner
Borges - Sujeito com qualidades e defeitos, espiritualista consciente, não
escolhido, não resgatável, mestre de coisa alguma, aprendiz da vida e neófito do
TODO, ao qual sempre agradece, por tudo.
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