Hoje... sou eu, sim!





 
 
 

Hoje... sou eu, sim!
Olho estas minhas mãos e encontro-lhes vontade de acariciar as palavras...
Solto do peito a garra e agarro as palavras como quem as abraça, como quem as afaga e as beija.
Hoje apetece-me pegar num cesto de onde se soltem os ramos de hera num rasto perfumado de primavera e verde...
Hoje apetece-me semear um jardim de açucenas e sentir o macio do branco no meu rosto...
Hoje renasço de mim mesmo como se um mágico germinasse no meu peito e me trouxesse à garganta uma cascata deliciosa de poemas...Agarro o fruto desfeito em sumo
e deixo escorrer por entre os dedos
o néctar, alimento dos meus sentidos

Alheio ao meu sentir ele é sangue
das veias que invento no palpitar das palavras
e alaga-me a alma de um vermelho vivo
no entumescimento das vontades
desnudas de muralhas e firmamentos
vestidos apenas de sonhos e desejos que não minto

E eu sou... sou parte de um poema que vomito
num vómito do êxtase que consinto
a mim mesmo quando voo além das asas
com que visto as palavras em que sinto
a magia das valsas imaginadas
ao ritmo dos teus braços que entrelaço
no sabor das palavras ensalivadas
pelos beijos que nos nascem dos lábios
agora já saciados e ainda tão famintos

Hoje... sou eu, sim!
 
 
Abraços e beijinhos.
José
















Comentários

Anónimo disse…
Para ti...
~NO DIA ÚLTIMO

No dia último
Adormecerei.
Não adormecerei em paz
Mas em desafio
Não dando à vida tréguas
A vida não mas concedeu.
Não justificarei um minuto que vivi
Não justificarei um só acto que pratiquei
Não pedirei absolvição
Não perdoarei o imperdoável
O intolerável, o que não entendi
No dia último
No dia em que adormecer em desafio
Sairei como entrei no mundo
Como vivi o mundo
Lutando pelo direito de estar
Conquistando o direito de ser
E adormecerei
Desafiando a vida a negar-me o direito
De no dia último...
Ser apenas o Ser...
17-11-2011

Ana

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