Abraços e Beijinhos do sempre vosso,
José
Quando...
Quando faltam as palavras, fica o silêncio.
Fica o vazio a abarrotar de tudo, e o "muito" aprisionado no "demais".
Fica a música que os nossos ouvidos querem ouvir, fica a voz dos anjos a sussurrar baixinho ao Tempo que pare ali.
Quando faltam as palavras fazemos parte da multidão de nós, e nela, conseguimos reconhecer-nos entre tudo aquilo que somos e tudo aquilo que queremos ser.
Abrem-se as asas, fecha-se o livro e no titulo lê-se poesia declamada por sereias em época de Primavera.
Quando faltam as palavras, os olhos discursam para eles próprios, fazem palestras onde as opiniões não se dividem, juntam-se no mesmo querer, no mesmo toque de sentidos que o arrepio denuncia.
Quando faltam as palavras, os sentimentos transpiram em chuva, falam mais alto que o barulho do caminhar leve do silêncio, que rodopia em nós.
Solta-se a alma ao sentir, ao esvoaçar da força que o coração pulsa ao corpo, que anseia, que pede, que deseja, que extasia.
Quando faltam as palavras, falamos a sós, o teu "eu" com o meu "eu".
Falam as borboletas na barriga, o olhar desviado, a mão que treme, a boca que seca...falam os sinais que tentamos esconder atrás do olhar inquietante e enternecido, perdido nas divagações de um Amor que se quer assim, escondido na iris de uma Paixão...
Quando faltam as palavras, escrevo-te... em mim...
José
Comentários